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Guerra cultural

Patriarcado: a maior teoria da conspiração do nosso tempo

13 de janeiro de 2021
Patriarcado: a maior teoria da conspiração do nosso tempo
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A Terra ser plana? Vacinas fazem mal para a saúde? Judeus dominam as finanças, a imprensa e a política externa americana? Aposto que o leitor desavisado pensou nessa ou em algumas outras opções. Contudo, não considero que essas sejam nem as maiores nem as mais importantes teorias da conspiração da nossa época. Primeiro: a quantidade de pessoas que acreditam em cada uma delas é pequena e, do punhado que acredita, todas têm praticamente nenhuma influência. Em suma, ninguém que sustenta essas teorias é levado a sério. Contudo, existe uma outra, que serve de base para suas derivações e que é acreditada por pessoas “relevantes” no sentido de que são pessoas que sustentam boa parte das narrativas que frequentam o discurso público. Me refiro à ideia de que o Ocidente é governado pelo “patriarcado”.

Patriarcado, como dizem as feministas, não quer dizer que todo e cada homem do planeta tem poderes privilegiados em relação às mulheres, mas quer dizer que toda as estruturas e sistemas construídos no Ocidente privilegiam homens em detrimento de mulheres justamente porque foram arquitetados por homens. E isso, além de ser verdade para a mitologia feminista, tem suas expressões absolutamente vivas no Ocidente de 2019. As pessoas que educam nossos filhos acreditam nisso, as pessoas que supostamente deveriam nos informar acreditam nisso, embora isso tenha o mesmo valor epistêmico da hipótese de a terra ser plana. Essa teoria faz a cabeça de muitos acadêmicos, quando não, aliás, é produzida por acadêmicos. E é por isso que é mais perigosa que as conspirações concorrentes.

Vejamos algumas evidências da falsidade da teoria do patriarcado opressor privilegiado:

– No Ocidente, as mulheres apresentam indicadores melhores que o dos homens para qualquer indicador de bem-estar: longevidade, saúde, gastos e propaganda com saúde, educação, desabrigo, suicídio, alcoolismo, vício em drogas, aprisionamento, direitos reprodutivos, violência doméstica, relacionamentos abusivos e sofrimento com crimes violentos.

– No Reino Unido, cerca de 60% das pessoas formadas em Direito – uma profissão socialmente prestigiosa – são mulheres. No mesmo país as mulheres já superaram os homens no ensino universitário e, muito provavelmente, nas profissões prestigiosas.

– No que diz respeito a alienação parental, as mulheres são favorecidas em margens que beiram os 80%.

Notem que todas essas coisas são objetivas, estruturais e evidenciadas avassaladoramente pelas estatísticas – os dois últimos debates que assisti sobre isso ouvi feministas dizerem que “não gostam de estatísticas”, talvez da mesma maneira que terraplanistas não gostam de cálculos que demonstram a esfericidade da terra.

Em suma, exceto por recortes extremamente específicos traçados por militantes feministas, as estatísticas apontam para a inexistência de quaisquer vantagens estruturais para os homens que sejam explicadas pelo seu domínio patriarcal. E as vantagens sociais experimentadas pelas mulheres também não se explicam por algum tipo de “vantagem matriarcal”, mas apenas pelo bom e velho bom senso que nos leva a crer e admitir que homens e mulheres são diferentes, posição herética que feministas e ativistas “trans” querem abolir e, para isso, precisam enveredar fortemente pelo caminho da teoria da conspiração.

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