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Ciência Política

Em defesa do nacionalismo: a visão de Hazony

24 de janeiro de 2021
3 minutos min de leitura
Em defesa do nacionalismo: a visão de Hazony
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Yoram Hazony (1964-) é um filósofo e cientista político israelense. O principal livro de Hazony – The Virtue of Nationalism (A Virtude do Nacionalismo) – está em processo de publicação no Brasil e foi traduzido pelo professor Evandro Pontes (a obra ganhou prêmio de melhor livro conservador do ano). E se trata disso mesmo que você está pensando, um judeu redigiu um livro em defesa do nacionalismo. Parece um contrassenso, não? Afinal, os judeus não foram vítimas do nacionalismo alemão, o nazismo?

Não exatamente, essa é uma das linhas de raciocínio do judeu ortodoxo Hazony. O teórico político afirma que houve nessa questão uma profunda confusão de definições, sendo necessário depurar o sentido dos conceitos de “nacionalismo” e, também muito importante, de “imperialismo”. Muitos ataques ao livro, como se pode antever, vêm da falta de vontade de compreender os argumentos oferecidos, preferindo condenar qualquer coisa que se proponha a ser uma “defesa do nacionalismo”, palavra-gatilho do debate político, tal como “fascista”.

Hazony rechaça as definições de nacionalismo como “patriotismo exacerbado” ou “prevalência dos interesses de uma nação sobre as demais”. Sua definição é, exatamente: “um ponto de vista baseado em certos princípios e que considera que o mundo é melhor governado quando as nações são capazes de delinear seus cursos de maneira independente, cultivando suas próprias tradições e buscando seus interesses próprios sem interferência”. Desnecessário dizer que essa definição de Hazony rema não apenas contra a maré do multiculturalismo progressista e cosmopolita, mas também do “democratismo liberal” – a crença que a democracia liberal é a forma superior de governo e que deve ser exportada para todo o mundo – de neoconservadores e neoliberais, principalmente americanos.

O nacionalismo também, naturalmente, visa priorizar e maximizar o auto-interesse e independência nacionais, o que certamente implica na vigilância cautelosa para o engrandecimento descontrolado de nações vizinhas à custa das demais. Esse tipo de projeto, que claramente lembra a Alemanha pré-guerra somando territórios de vizinhos europeus aos seus, não é, no entender de Hazony, nacionalista, mas sim imperialista. Os dois conceitos fundamentais, revisitados por Hazony, portanto, são esses dois, nacionalismo – já explicado – e imperialismo, que damos um breve sumário a seguir.

O imperialismo, no entender do teórico político israelense, é qualquer projeto que “busque trazer a paz e a prosperidade para o mundo por meio da união da humanidade, o mais extensivamente possível, por meio de um regime político único”. Portanto, para pinçar exemplos do século XX, a vontade hitlerista de criar um Terceiro Reich global e o desejo soviético por um Estado global comunista (o brasão soviético estendia a foice e o martelo por todo o globo, vale lembrar) são exemplos de políticas imperialistas.

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