Tenho recebido inúmeros feedbacks, resenhas e depoimentos – a totalidade deles voluntária – a respeito do meu livro. Pedi autorização para os autores para compilá-los aqui, da maneira que segue:
“Prezado André,
Peço perdão pela demora em responder por aqui. Recebi o livro na última sexta, e sou muito grato pela amável dedicatória.
Quanto às suas leituras voegelinianas, são mais que razoáveis. Não é pelo fato de que Voegelin, em sua contínua jornada pelo fundamento e pela iluminação do fundamento divino da nossa consciência, tenha largado o termo “religiões políticas” que ele não pode ser usado para denotar um fenômeno real.
Noto apenas que a própria experiência voegelinina de mudar de ângulos de análise, uma contínua periagoge em busca de maior clareza, apropriando-se do pragmatismo americano (On the form of the American Mind), suprassumindo as categorias de Max Scheller (após Political Religions) e indo em direção à absorção de Platão e Aristóteles (em minha opinião, mais o primeiro, na redação dos três primeiros tomos de Order and History) enquanto joga no lixo um manuscrito gigantesco (History of Political Ideas), num movimento que culmina num relacionamento problemático com Schelling e tendências mais aristotélicas (Anamnesis e últimos tomos de Order and History) indica uma certa aventura essencial na filosofia. Uma aventura em que não se abraça metodologia ou doxa, mas sim que leva os filósofos pelos caminhos mais curiosos em direção à verdade. Em minha opinião, esta é uma característica indispensável da filosofia que não foi absorvida em sua análise.
O texto corre bem, é agradável e tem o potencial para ser lido por aqueles que não dispõe nem do tempo nem do treinamento para ler coisas profundas, introduzindo, não obstante, uma profunda conexão com a realidade. Em oposição aos filósofos de palco e seus textos empostados, sua redação tem sinceridade – um dote caríssimo e raríssimo em nosso métier. Eu imagino que o processo de escrita e de revisão se deu num ambiente complexo, o que torna algumas falhas de estilo muito perdoáveis.
Juntamente com uma revisão destas pequenas falhas, o texto, para usar um anglicismo imperdoável, implora por um julgamento seu sobre assuntos que extrapolam o recorte sobre o significado de filosofia. Não tema: escreva uma continuação que trate do drama brasileiro mais amplo pela sua ótica: um drama do qual a nossa filodoxia é apenas um pequeno capítulo. Aposto que a sua experiência de aluno de uma Universidade de importância local (também fiz São Judas, mas no Butantã), de Uspiano direitista e de professor do ensino público em nível pré-universitário, tendo contato direto com o povo e com suas mazelas, oferecem um caldeirão riquíssimo para uma interpretação dos nossos problemas espirituais.
Meus mais sinceros parabéns pela qualidade do trabalho e pela coragem. Do seu colega e leitor,”
Gabriel M., mestrando em Ciência Política na Universidade de SP.
“Olá, Prof, terminei seu livro numa sentada e achei excelente e acessível . Confesso discreta decepção ao perceber que o Sr. evitou a análise dos “filósofos de palco” aos moldes do que o Olavo fez n’O Imbecil, mas compreendi que fugiria ao escopo do livro. Também nutria esperança de que o Sr. finalmente destrinchasse pra mim a concepção do Olavo de “unidade do conhecimento na unidade da consciência”, a qual sempre me pareceu simples demais e ao mesmo tempo inabarcável, mas a ideia de Filosofia do Voegelin foi bem mais acessível. Abraço e obrigado pelo trabalho”.
Alexandro Tamanini
“Já li o meu exemplar. Achei ótimo! Um texto fluido e acessível, para deixar o leitor comum familiarizado com questões com as quais a filosofia foi misturada e descaracterizada perante muita gente. É um bom ponto de partida para um estudo mais consciente e produtivo. Minha filha mais velha está no Ensino Médio e reconheci em algumas passagens do livro coisas que ela comentou comigo. Parabéns pelo bom trabalho! Recomendo”.
Ale Nagado
“Nossa, André!! É muito bom mesmo, dei uma decorada nele, me peguei fazendo em sala várias das coisas que você menciona no livro, em aspectos positivos e negativos…rs…vou acabar a leitura e comento com mais calma, mas já digo parabéns e obrigado! A formação de professores + a prática docente em ambientes quase que automatizados fazem a gente perder o contato com certas “essências”.”
Danilo Riva, professor de Filosofia
Caso você tenha adquirido o livro e queira incluir sua resenha aqui, basta me contactar.
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