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Religião

O amor de Allah e o amor de Deus

18 de janeiro de 2021
O amor de Allah e o amor de Deus
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Uma das diferenças teológicas mais interessantes de se pinçar e estudar entre cristianismo e islamismo é a concepção de amor que praticam Allah e Deus.

O interesse pelo assunto pode ser religioso e fiel, mas igualmente puramente intelectual. Um filósofo da religião está bastante interessado em estabelecer matizes e gradações entre religiões (retorno a isso no final).

Uma frase bíblica que pode parecer desprovida de maiores significados teológicos profundos como “Deus é amor” (1 João 4:8) na verdade tem raciocínios teológicos intricados envolvidos e diz muito sobre o abismo que separa o islã do cristianismo.

Caso alguém queira fazer um resumão do Alcorão, um “Alcorão em 60 segundos”, dá pra resumir o livro com uma lista de categorias de pessoas que Allah não ama.

Ao passo que, do ponto de vista do Deus do cristianismo, do Deus que assumiu uma natureza humana para carregar e livrar todos os demais pecadores que Ele ama do pecado, é possível resumir mais fácil e mais rápido: ele ama todo mundo. Incondicionalmente. Isso também explica porque teólogos e fiéis islâmicos muitas vezes não conseguem compreender a encarnação. Não simplesmente que neguem, mas simplesmente NÃO conseguem concebê-la. Seu aparato conceitual não consegue dar conta de um Deus que ame incondicionalmente e que seja Ele próprio amor, a ponto de assumir forma humana e livrar todos os pecadores do pecado (se os pecadores não valem o amor, por que valeriam o sacrifício último?).

Lista resumida de quem Allah não ama:

— quem excede limites (2:190): “ porque Deus não estima os agressores.
191 Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada(78), a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos.”

— qualquer pecador ingrato (2:276): “ Ele não aprecia nenhum incrédulo, pecador.”

— descrentes (3:32): “ saibam que Deus não aprecia os incrédulos.”

— injustos (3:57): “sabei que Deus não aprecia os iníquos.”

— orgulhosos (4:36): “Deus não estima orgulhosos.”

— extravagantes (7:31): “ porque Ele não aprecia os perdulários.”

— traiçoeiros (8:58): “ porque Deus não estima os traidores.”

— corruptos (28:77): “porque Deus não aprecia os corruptores.”

— arrogantes (57:23): “ Deus não aprecia arrogante e jactancioso algum.”

Allah não é capaz de experienciar qualquer forma de amor superior às formas de amor experimentadas por seres humanos. Inclusive, não precisamos nem mencionar os santos, há milhares de seres humanos com capacidade de praticar o amor de maneira superior a Allah. Inclusive psicopatas. Ou seja, a habilidade de amar de Allah é inferior à de muitos psicopatas. O amor de Allah é totalmente CONDICIONADO: depende de você amá-lo PRIMEIRO e de seguir estritamente seu livro de regras (o Corão é mais de 60% prescrição de comportamentos).

Tudo isso ao passo que o Deus Encarnado diz: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mateus 5:44–46

Jesus mesmo descreve o amor de que Allah é capaz, que é o mesmo do cobrador de impostos: se você pagá-lo direitinho, ele não vai mexer com você. Isso implica que Allah é um deus vaidoso, com uma moralidade inferior à de alguns psicopatas e nos obriga a admitir que muitos humanos ocupam uma posição moral superior a dele. Isso sem falar no seu próprio profeta, que embora muçulmanos não gostem de tocar nesse assunto, são obrigados a considerar superior a Jesus.

Emboram admitam o nascimento virginal de Jesus e o considerem um profeta (de Allah), ainda assim é inferior a Maomé, o guerreiro que “desposou” uma garota de 9 anos. Muçulmanos simplesmente consideram um assassino superior a Jesus. Tudo que muçulmanos dizem sobre Jesus é impreciso ou simplesmente falso (a forma mais simples de falsificar qualquer pretensa autenticidade histórica do Alcorão está simplesmente no fato que o livro nega que Jesus tenha morrido crucificado, fato afirmado na Bíblia e por diversos historiadores não-cristãos).

Para os interessados em aprofundamentos (esse texto é oriundo e fruto da rapidez de uma thread de Twitter):

Bill Warner sobre amor no Islã [o dr. Warner explica como o muçulmano não está autorizado a amar não-muçulmanos, ser amigo deles e até mesmo que não deve amar seus parentes que não sejam muçulmanos].

Um debate entre o teólogo e filósofo William Lane Craig e um pesquisador islâmico exatamente sobre a moralidade deficiente de Allah.

estatuto de Maomé e Jesus de acordo com o Islã.

Por fim eu disse que retornaria a uma perspectiva puramente secular sobre a questão. Leiam a mensagem de Natal do historiador agnóstico Bart Ehrman (que muçulmanos gostam de citar exatamente porque nunca o leram):

The image of God it conveys. The God of Christmas is not a God of wrath, judgment, sin, punishment, or vengeance. He is a God of love, who wants the best for people and gives of himself to bring peace, joy, and redemption. That’s a great image of a divine being. This is not a God who is waiting for you to die so he can send you into eternal torment. It is a God who is concerned for you and your world, who wants to solve your problems, heal your wounds, remove your pain, bring you joy, peace, happiness, healing, and wholeness. Can’t we keep that image with us all the time? Can’t we affirm that view of ultimate reality 52 weeks of the year instead of just a few?

I myself do not believe in God. But if I did, that would be the God I would defend, promote, and proclaim. Enough of war! Enough of starvation! Enough of epidemics! Enough of pain! Enough of misery! Enough of abject loneliness! Enough of violence, hatred, narcissism, self-aggrandizement, and suffering of every kind! Give me the God of Christmas, the God of love, the God of an innocent child in a manger, who comes to bring salvation and wholeness to the world, the way it was always meant to be.

Vídeos pertinentes ao tema e aos interessados no assunto:

  1. Maomé na Bíblia? Uma conversa entre David Wood e Michael Brown (inglês).

2. Michael Brown e Nadir Ahmed sobre Maomé na Bíblia (inglês).

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